sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ilhas da Linha meridionais: um novo mundo

Um paraíso subaquático no Oceano Pacífico, está sendo protegido graças ao projeto Pristine Seas, da National Geographic Society

Edição 175 - NATIONAL GEOGRAFIC BRASIL/Outubro de 2014 02/09/2014
por Kennedy Warne

NG - Um paraíso subaquático, que inclui as águas ao redor da remota Ilha Caroline, no Oceano Pacífico 

Um paraíso subaquático, que inclui as águas ao redor da remota Ilha Caroline, no Oceano Pacífico, está sendo protegido graças ao projeto Pristine Seas, da National Geographic Society.
“Se um extraterrestre visitasse a terra e quisesse conhecer um recife de corais, eu mostraria a ele o atol de milênio”, diz Enric Sala, explorador-residente da National Geographic Society.

E o que esse ET veria faz parte do que talvez seja o arquipélago mais bem preservado do Oceano Pacífico: as cinco ilhas conhecidas como Caroline (ou Milênio), Flint, Vostok, Malden e Starbuck – que juntas formam as Ilhas da Linha meridionais. As águas ao redor desses pontos, situados de 2 400 a 3 400 quilômetros ao sul do Havaí, estão entre as derradeiras intocadas em um oceano explorado à exaustão.

Agora essa área vai virar uma reserva protegida. Finalmente. Há pouco tempo, o governo de Kiribati estabeleceu, em torno de todas as ilhas, uma zona de 12 milhas náuticas na qual não se pode mais pescar, como parte de um esforço liderado pelo ecologista espanhol Enric Sala, no âmbito do projeto Pristine Seas [Mares Intocados], da National Geographic Society, que visa a documentar e preservar o que resta dos ambientes marinhos menos alterados do planeta. A criação de uma reserva nas Ilhas da Linha meridionais é algo que Sala busca desde que conduziu uma expedição científica na região em 2009. “Essas ilhas nos ajudam a entender perfeitamente o que significa o termo ‘intacto’. Desde a densidade de corais, biomassa de peixes, quantidade de superpredadores, biodiversidade, os dados ecológicos são impressionantes.”

Durante a expedição de 2009, os mergulhadores passaram mais de mil horas submersos ao largo das cinco ilhas. E ficaram assombrados com o que viram. Em alguns recifes os corais cobriam 90% do leito oceânico – bem mais do que os 5% a 10% encontrados no Caribe.

NG - Corais das Ilhas da Linha 

Os corais do mundo estão morrendo pelo branqueamento e por doenças, mas os das Ilhas da Linha (foto) seguem saudáveis. Para os cientistas, a chave está nos ecossistemas ilesos, nos quais todas as espécies nativas – incluindo as que se alimentam de plâncton – têm seu papel - Foto: Brian Skerry

Os cientistas também se surpreenderam com o excelente estado de saúde das comunidades coralinas. Por todo o Oceano Pacífico, os picos de temperatura da água, causados por eventos climáticos associados ao El Niño, provocaram a extinção de imensas extensões de corais. No entanto, os recifes nas Ilhas da Linha meridionais não parecem ter sido prejudicados. “Sabemos que essa região foi bastante afetada pelo aquecimento do mar e esperávamos constatar a morte de corais, mas vimos que os recifes estavam ilesos – e em excelentes condições”, comenta Sala.

Os corais tendem a mostrar maior capacidade de recuperação onde outros elementos do ecossistema marinho também estão prosperando. Em certas partes dos corais de Milênio, a densidade de mexilhões gigantes chega a 40 indivíduos por metro quadrado – uma abundância dificilmente vista desses animais tão requisitados por sua carne e suas conchas. “Os mexilhões gigantes foram dizimados na maioria das lagunas de atóis ao redor do mundo. Mas em Milênio os recifes estão cobertos deles”, diz Sala.

A espécie mais comum é a Tridacna maxima, conhecida por ali por um nome que soa contraditório, “mexilhão-gigante-pequeno”. São pouco maiores do que uma bola de rúgbi, mas que parecem anões ao lado dos moluscos bivalves, a Tridacna gigas, que chega a ter 1,3 metro de comprimento. À primeira vista, os pequenos gigantes parecem que usam batom azul ou verde. Na realidade, a cor vem de células de pigmento no interior de seus mantos carnosos, que se projetam como lábios quando a concha se abre.

Esses animais que se alimentam por filtragem funcionam como purificadores da água. Os microbiólogos que participaram da expedição mediram a concentração de bactérias em todos os atóis. Em Milênio, eles constataram o menor teor de bactérias. Estas são responsáveis por doenças em corais, peixes, mariscos e crustáceos. Um teor reduzido de bactérias na água do mar é a marca de um ecossistema saudável.

 

31/10/2014 03h00 - Atualizado em 31/10/2014 03h00


Pescadores têm de largar o ofício: 'O Rio São Francisco está morrendo'

Seca da principal nascente do Velho Chico foi descoberta durante incêndio.
Situação comprometeu 90% da pesca em Iguatama (MG).

31/10/2014 03h00 - Atualizado em 31/10/2014 03h00

Pescadores têm de largar o ofício: 'O Rio São Francisco está morrendo'

Seca da principal nascente do Velho Chico foi descoberta durante incêndio.
Situação comprometeu 90% da pesca em Iguatama (MG).

Anna Lúcia Silva Do G1 Centro-Oeste de Minas
 
Rio São Francisco está abaixo do nível normal (Foto: Anna Lúcia Silva/G1) 
Nível do rio já chegou quase na altura da ponte de 10 metros (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
 
A seca da nascente do Rio São Francisco, em São Roque de Minas, tem afetado de forma drástica uma das principais atividades econômicas da cidade de Iguatama, a 234 quilômetros de Belo Horizonte. Primeiro município a ser banhado pelo Velho Chico no Centro-Oeste do estado, a cidade está com 90% da pesca comprometida, segundo a Colônia de Pescadores Profissionais. De cima da ponte que cruza o rio, a imagem é desoladora. "É dramático olhar para baixo e ver lama e pedaços de madeira. A água acabou e esse rio está morrendo", lamenta Francisco Romoaldo dos Campos, pescador há mais de 30 anos.

A maioria dos 75 profissionais passa por dificuldades e muitos têm procurado alternativas para sustentar as famílias. Há cinco anos, Pedro Henrique Soares pesca no Rio São Francisco. Porém, com a seca rigorosa deste ano, ele precisou recorrer a outros meios para manter a família. “Trabalho como servente de pedreiro para ganhar dinheiro. Não podemos parar de comer, não é? Da pesca não dá para viver mais, pelo menos por enquanto. Então o caminho é buscar alternativas, e me tornei servente até a chuva encher de novo esse rio.”
 
Em locais onde os barcos a motor entravam da margem para seguir até a parte central do rio restaram apenas alguns filetes de água. Por isso, a navegação agora só é feita por meio das canoas. “Não há condições de entrar com o barco. O motor bate no solo por não ter mais água. Há alguns anos o rio quase transbordava na ponte que tem dez metros de altura. Da pesca está difícil de viver”, afirma a secretária municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Luiza Augusta Garcia Leão.
 
Iguatama (Foto: G1 MG) 
 
O representante da Colônia dos Pescadores Profissionais de Iguatama, Geraldo Pereira da Costa, de 71 anos, mostrou (veja vídeo ao lado) por onde já passou de canoa no rio – que hoje só tem árvores e terra seca. Há três anos, segundo ele, que a marginal que sustenta o rio não enche como antes. "Já andei de canoa em toda a extensão do rio e agora só tem terra. É claro que veio secando gradativamente, e essa seca não é só deste ano, apesar de ter sido a pior de todas. Isso é um reflexo de cerca de dez anos de estiagem, mas volto a dizer, seca assim eu nunca vi em 30 anos de profissão", conta.

Questionado sobre o que ele sente ao ver a situação do rio, o pescador se emociona e mostra a lagoa que sustentava o nível do Rio São Francisco. Hoje ela não existe mais. "Eu me sinto emocionado porque eu tirei sustento para minhas filhas desse rio. É preciso preservar, pois como que pode o São Francisco se alimentar das marginais se elas estão secas? Não tem jeito. O São Francisco vai secar, o Velho Chico vai morrer."


A rotina dos pescadores de Iguatama começa cedo em épocas normais de rio cheio – às 4h eles saem de casa. Antes, era possível pescar de 30 a 40 peixes num dia de trabalho. Agora quase não se pesca um. "Não passa disso. Um dia inteiro para pegar um peixe, e tem dias que nem isso consigo", lamenta Francisco Romoaldo.

Ficha - especial seca - Iguatama (MG) (Foto: G1)
O pescado é vendido na cidade, e cada pescador é responsável pela própria renda. Espécies como curimatã e piau são vendidas a R$ 15 o quilo. Cada peixe tem pesado, em média, oito quilos e, no fim do dia, Romoaldo recebe R$ 120.
Segundo os pescadores, os peixes mais caros no mercado da cidade são o surubim e o dourado, custando R$ 25 o quilo de cada um. Contudo, eles não encontram mais essas espécies no rio. “O que a gente acha é curimatã e piau, e quando acha. Além do mais, esses peixes têm normalmente 12 quilos, mas com a seca estamos achando de oito quilos. Isso é reflexo da falta de reprodução e de alimentos para o crescimento das espécies”, afirma Pedro Henrique.
Por se tratar da principal atividade de trabalho do município, os pescadores que comprovam viver da pesca e que são associados à Colônia de Pescadores Profissionais recebem uma espécie de seguro-desemprego entre novembro e março, quando ocorre a desova dos peixes, chamada de piracema. Eles param as atividades e recebem um salário mínimo por mês, segundo a secretária de Agricultura e Meio Ambiente. “O governo paga esse valor a eles para que os peixes possam se reproduzir sem interferência humana. Mas, para isso, o pescador precisa provar por meio de notas fiscais que vive da pescaria”, explica o representante da Colônia dos Pescadores.
Pescadores pedem conscientização no uso d emotores com 14 cavalos de potência (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)Pescadores afirma que barcos potentes prejudicam o rio (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
Assoreamento
Além da seca, os pescadores apontam os barcos com motor de potência superior a 15 cavalos como responsáveis pelo assoreamento e baixo nível da água no rio, causadores da falta de peixes. Por isso, pedem a colaboração de quem usa esse tipo de motor. "Quando esses barcos entram na água, eles fazem ondas que sobem mais de dois metros e, na volta, trazem a terra da margem para dentro do rio, o que provoca o assoreamento e prejudica o esconderijo dos peixes, que são os buracos feitos no fundo do rio", diz o representante dos pescadores de Iguatama, Geraldo Pereira da Costa.
Dessa maneira, os peixes se tornam presas fáceis para os predadores e, inclusive, para o homem. "Somos pescadores e queremos os peixes, é fato. Mas o problema disso é que os amadores se aproveitam e pescam as espécies pequenas. Não há tempo para esses peixes crescerem e muito menos para se reproduzirem e gerar uma maior quantidade", explica.
Além disso, o movimento dos motores desses barcos desloca as figueiras, árvores de até 15 metros, comuns na mata ciliar e que protegem o curso do Velho Chico. "O motor bate na base dessas árvores, que acabam despencando. Portanto, o que é proteção na margem também acaba desaparecendo. São inúmeros os problemas causados por esses motores de alta capacidade. Nós, pescadores, geralmente usamos barcos com quatro cavalos, então seria viável que as outras pessoas também adotassem essa mesma potência", afirma.
Nível do Rio ultrapassava base da ponte (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)Há três anos nível do rio ultrapassava base da ponte (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
Enquanto a chuva não vem

Para amenizar os efeitos da seca, a prefeitura tem realizado o abastecimento do município por rodízio. Se antes os moradores tinham água em casa durante todo o dia, agora ela só chega à noite. Isso porque a vazão dos cinco poços artesianos em operação, que abastecem a cidade, era de 40 metros cúbicos por hora e, hoje, a média não chega a 15, segundo dados do chefe de gabinete, Alírio Muniz Leão.

"As máquinas dos poços trabalham para encher os reservatórios e, quando já estão cheios, liberam a água para a população. Anteriormente, quatro horas eram necessárias para atingir o limite de água. Hoje as máquinas trabalham 16 horas para tentar encher os reservatórios e ainda não são suficientes", afirma Leão.
 
Apelo
Na cidade, o carro de som de Gustavo Barbosa Siqueira circula nas vias pedindo que os moradores economizem água. Também são feitos anúncios em rádio com o mesmo apelo. Ainda assim, Gustavo conta que continua vendo atitudes lamentáveis. "Vejo as pessoas varrendo as calçadas com água da mangueira e lavando carros. É realmente lamentável, pois elas só terão consciência desse problema quando não sair nenhuma gota das torneiras."

Ainda como medida preventiva, o chefe de gabinete da prefeitura informou que estão sendo furados dois poços artesianos, cada um com 120 metros de profundidade. Um deles está em fase de licenciamento ambiental e o outro em liberação de outorga, o direito de uso de recursos hídricos. Além disso, o município tem dois caminhões-pipa, sendo um deles exclusivamente para atender a zona rural.
Em caso de escassez total da água, a cidade não tem onde recorrer. "Ninguém pensou nisso ainda e nem pensa. O subsolo da região é muito rico em água e esse é um caso inédito e totalmente atípico. Estamos confiantes de que a chuva vai chegar e nos abençoar", diz Alírio Leão.

AGRADECIMENTO A GLOBO.COM PELA EXCELENTE MATÉRIA!!!


 
 
 
 

 

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Lava de vulcão havaiano está a 60 metros de casas

Escolas na aldeia de Pahoa e estradas são fechadas

POR 
Os moradores de Pahoa receberam ordens para deixar o local, enquanto pelo menos cinco escolas devem ser fechadas a partir de quarta-feira. A lava avança numa velocidade de 4 a 9 metros por hora. O rio incandescente já atingiu um cemitério e uma estrada em seu trajeto em direção à aldeia, uma antiga fazenda de plantação de cana onde vivem atualmente cerca de 800 pessoas.— Somos uma comunidade persistente e vamos superar isso — disse Tiffany Edwards Hunt, uma pequena empresária, candidata a vereadora. — Mas, como mãe, estou ansiosa e com medo.
A lava do vulcão Kilauea: cemitério e estrada atingidos - REUTERS 
vulcão começou a lançar lava no diz 27 de junho, se acalmou e voltou a entrar em erupção semanas atrás. Desde a manhã de domingo, o material avançou 251 metros. Funcionários tentam construir acessos temporários e proteger a estrada 130, uma rota usada por mais de 10 mil pessoas por dia. Outras duas estradas já foram fechadas.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

CANAL NAVEGÁVEL CRUZA (POR CIMA!) 

RIO ALEMÃO

fonte: globo.com

Pontes navegáveis são construções raras de se encontrar no mundo – o que já faz de qualquer uma atração imediata. Se estivermos falando da maior do planeta então, o encanto se multiplica. Localizada na Alemanha, a Wasserstrassenkreuz possui a estrutura de um aqueduto – como o da Lapa, no Rio de Janeiro -, mas foi projetada para ser cruzada por grandes embarcações.
Inaugurada em 2003, e medindo um total de 920 metros de comprimento, a maior ponte navegável já feita pelo homem conecta dois canais – o Elbe-Havel e o Mittelland – ao passar por cima do Rio Elba, um dos mais importantes da Europa, próximo à cidade de Magdeburg.
Centenários, os canais eram ligados antigamente por uma passagem complicada, que se estendia por 12 km. Por conta disso, o planejamento para conectá-los começou há quase um século, mais precisamente em 1919. As obras chegaram a ser iniciadas em 1938, mas tiveram de ser interrompidas por conta da Segunda Guerra Mundial.
Somente após a reunificação da Alemanha, a construção pôde ser efetivamente retomada. A um custo de 500 milhões de euros, ela começou em 1997, e consumiu impressionantes 24.000 toneladas de aço e 68.000 m³ de concreto. O investimento valeu a pena: a moderna conexão dos canais representa uma economia anual de bilhões de euros para a Alemanha, uma vez que é por esta via que o porto fluvial de Berlim liga-se ao Reno, mais importante rio de toda Europa.
(Clique em qualquer uma das imagens para vê-las em galeria)

CURIOSIDADES SOBRE O PLANETA TERRA

Hoje, ninguém pode ficar indiferente com o Planeta Terra. Ficam algumas curiosidades para lembrar que a sustentabilidade do Planeta começa em nossa casa. 

- A Terra tem aproximadamente 4,5 biliões de anos
- A Terra tem 510,3 milhões de quilómetros quadrados
- Cerca de 97% do planeta é composto por água
- A quantidade de água salgada é 30 vezes maior do que a água doce
- A atmosfera terrestre vai até cerca de 1000 quilómetros de altura, sendo composta por 77% de nitrogénio, 21% de oxigénio, com traços de árgon, dióxido de carbono e água
- A Terra já passou pelo menos por três grandes períodos glaciais
- A Terra gira em torno do sol a 107 mil quilómetros por hora
- A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e o quinto maior
- O ponto mais alto da Terra é o monte Evereste, com 8848 metros acima do nível do mar
- Actualmente a população humana da Terra ronda os 6 biliões de pessoas
- A expectativa média de vida dos humanos é 65 anos
- Mais de um bilião de pessoas vive com menos de 1 euro por dia
- 125 milhões de crianças não têm acesso à educação básica
- Há 43 milhões de pessoas infectadas pelo HIV
- 1 em cada 6 pessoas não tem acesso a água potável
- 23,5% dos adultos dos países em desenvolvimento (81% da população mundial) são analfabetos
- 12500 espécies de fauna e flora estão em vias de extinção

fonte: http://paulofaria.wordpress.com

10 Curiosidades sobre a Terra que você não sabia

Por Anderson Batata
em 11 de julho de 2011 
 



Todos os dias vemos novas pesquisas e novas descobertas impressionantes, e com a evolução da tecnologia, fica cada vez mais comum que essas curiosidades se revelem a meros mortais como nós :) . Então aqui vão 10 curiosidades sobre o nosso pequeno Planeta Terra.

1. A gravidade não é uniforme:

Ainda que os cientistas desconheçam o motivo, o verdadeiro é que a força gravitacional varia à medida que nos deslocamos pelo planeta, de maneira que nosso peso não é objetivamente o mesmo no Brasil e em Portugal, por exemplo.Crê-se que as causas podem estar relacionadas às profundas estruturas subterrâneas e ter alguma relação com a aparência da Terra num passado longínquo. Atualmente, dois satélites gêmeos do programa GRACE escrutam meticulosamente o planeta para elaborar um mapa gravitacional mais detalhado.

2. A atmosfera foge:

Algumas moléculas situadas no limite da atmosfera terrestre incrementam sua velocidade até o limite que lhes permite escapar da força gravitacional do planeta. O resultado é uma lenta, mas constante fuga do conteúdo de nossa atmosfera para o espaço exterior. Devido a seu menor peso atômico, os átomos soltos de hidrogênio atingem sua velocidade de escape com mais facilidade e sua saída para o espaço é a mais freqüente. Felizmente para a vida em nosso planeta, o abundante oxigênio preserva a maior parte do hidrogênio bloqueando-o em moléculas de água e o campo magnético da Terra protege o planeta da fuga de íons.

3. A rotação não é constante:

A velocidade com que a Terra gira sobre seu próprio eixo não é constante, senão que sofre pequenas alterações que fazem variar a duração de nossos dias. Mediante a sincronização de diferentes radiotelescópios desde diferentes latitudes, e graças aos modernos sistemas de GPS, os cientistas conseguiram medir com precisão estas pequenas variações na velocidade de rotação e constataram que a maior delas se produz entre os meses de janeiro e fevereiro, quando os dias são mais longos por uns poucos milésimos de segundo. Esta variação deve-se à interação gravitacional da Terra e a Lua, mas também pela forte atividade da atmosfera no hemisfério norte e a fenômenos meteorológicos como “El Niño”. Por pôr um exemplo, alguns experientes acham que a tsunami da Indonésia reduziu a duração do dia em 2,68 milionésimos de segundo.

4. Os cintos de Van Allen:

Ao redor da Terra existem zonas de alta radiação – uma interior e outra exterior – denominadas cinturões de Van Allen (em honra ao seu descobridor) e situadas a uma altura de 3.000 e 22.000 km sobre o equador. Estes cinturões são formados por partículas de alta energia, sobretudo prótons e elétrons, cuja origem esteja provavelmente nas interações do vento solar e dos raios cósmicos com os átomos constituintes da atmosfera. A potência da radiação é tal que os cinturões são evitados pelas missões espaciais tripuladas, dado que poderiam aumentar o risco de câncer dos astronautas e prejudicar gravemente os dispositivos eletrônicos. Em 1962, os cinturões de Van Allen foram alterados pelos testes nucleares dos EUA no espaço o que provocou que vários satélites ficassem de imediato fora de serviço.

5. A Terra e a Lua distanciam-se:

Desde há vários milhões de anos que a Lua está se afastando da Terra a um ritmo lento, mas constante. Os cientistas calculam que a taxa de afastamento é de uns 3,8 centímetros ao ano, o que em longo prazo chegará a levar a Lua até uma distância crítica. No entanto, os astrônomos acham que dentro de 5 bilhões de anos, quando o Sol se converterá numa gigante e vermelha atmosfera em expansão, provocará que o processo se reverta. A Lua voltará a aproximar-se da Terra e acabará por se desintegrar ao superar o denominado limite de Roche (18.470 quilômetros sobre nosso planeta) explodindo em mil pedaços e formando um espetacular anel, como o de Saturno, ao redor da Terra.

6. Marés na atmosfera:

Ainda que o efeito seja quase inapreciável, uma variação de parcos 100 microbares, os cientistas comprovaram mediante detalhadas medições estatísticas que a força da Lua não só desloca os mares e a terra senão também a massa de ar que rodeia nosso planeta. Ainda que o movimento seja tão pequeno que mal supõe 0,01 por cento da pressão normal na superfície, o dado revela que o poder gravitacional da Lua é capaz de mudar muita coisa.

7. Um estranho “bamboleio”:

O denominado “bamboleio de Chandler” é o único movimento da Terra para o qual ainda não existe uma explicação convincente. Descoberto em 1891 pelo astrônomo Seth Carlo Chandler, trata-se de uma variação irregular no eixo de rotação da Terra que provoca um deslocamento circular entre 3 e 15 metros ao ano nos pólos terrestres. Sobre este movimento foram lançadas todo tipo de teorias, inclusive que causa o movimento das placas tectônicas, terremotos e erupções. Ou ainda que detona fenômenos como “El Niño” ou o aquecimento global. Em julho do ano 2000, uma equipe de cientistas estadunidenses anunciou que a causa do bamboleio estava nas flutuações de pressões no fundo do oceano. Segundo esta teoria, este movimento no fundo dos mares mudaria a pressão exercida sobre a superfície terrestre, e provocaria o estranho bamboleio dos pólos. Suas teorias ficaram no ar após que entre janeiro e fevereiro de 2006 laboratórios de todo mundo comprovassem que o movimento tinha cessado por completo, numa anomalia que ainda não souberam explicar.

8. A Terra é um grande circuito elétrico:

Perfeitamente localizados a ambos lados do equador, a Terra dispõe de oito circuitos fechados de corrente elétrica que permitem a troca de carga entre a atmosfera e a superfície através de fluxos verticais. Em condições de bom tempo, os cientistas observaram um fluxo de carga positivo que se move desde a atmosfera para a Terra por causa da carga negativa de nosso planeta. Depois de anos de observação do comportamento das tormentas e as variações na ionosfera, a hipótese preferida hoje pelos cientistas é que este fluxo descendente de corrente positiva é contrária aos elétrons que são tranferidos à Terra durante as tormentas. Mesmo assim, ainda falta uma explicação plausível com relação a forma em que as variações na ionosfera afetam à formação de tormentas.

9. Toneladas de material cósmico caem a cada ano da atmosfera:

Segundo dados do space.com, a quantidade de pó cósmico que cai a cada ano na Terra supera as 30 mil toneladas. A maior parte deste material procede do cinturão de asteróides situado entre Marte e Júpiter. Os fragmentos provem dos constantes choques entre asteróides e são arrastados para o interior do sistema solar. Uma boa quantidade deles estão entrando permanentemente em nossa atmosfera.

10. Os pólos magnéticos da Terra mudam constantemente de lugar:

O campo magnético da Terra varia no curso de eras geológicas, é o que se denomina variação secular. Durante os últimos cinco milhões de anos efetuaram-se mais de vinte mudanças e a mais recente foi há 700 mil anos. Outras inversões ocorreram há aproximadamente 870 e 950 mil anos. Não se pode predizer quando ocorrerá a seguinte inversão porque a seqüência não é regular. Certas medições recentes mostram uma redução de 5% na intensidade do campo magnético nos últimos 100 anos. Mantido este ritmo, os campos voltaram a se inverter dentro de uns 2 mil anos.

Aquecimento Global


aquecimento global  é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima(IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais. 
Consequências do Aquecimento Global
 As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Efeito de Estufa
O degelo é outra consequência do aquecimento global, segundo especialistas, a região do oceano Ártico é a mais afetada. Nos últimos anos, a camada de gelo desse oceano tornou-se 40% mais fina e sua área sofreu redução de aproximadamente 15%. As principais cordilheiras do mundo também estão perdendo massa de gelo e neve. As geleiras dos Alpes recuaram cerca de 40%, e, conforme artigo da revista britânica Science, a capa de neve que cobre o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, pode desaparecer nas próximas décadas.
O Degelo provocado pelas Alterações Climáticas

  Em busca de alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997. Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta tem que ser cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a meta seja atingida, o principal é os Estados Unidos.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul.

Por Wagner de Cerqueira e Franscisco Graduado em Geografia Equipe Brasil Escola

A aceleração do degelo na calota polar da Groenlândia duplicou nos últimos 25 anos
A aceleração do degelo na calota polar da Groenlândia duplicou nos últimos 25 anos

Rios dos principais estados brasileiros estão poluídos

 

O programa Rede das Águas, da Fundação SOS Mata Atlântica, analisou a qualidade da água de 49 rios dos principais estados brasileiros

por Débora Spitzcovsky, do Planeta SustentávelFonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL

Entre janeiro de 2011 e março deste ano, a Fundação SOS Mata Atlânticapercorreu 11 estados brasileiros para avaliar, com a ajuda da população local, a qualidade da água nessas regiões. 49 corpos d’água foram analisados pela ONG -entre rios, córregos, ribeirões, represas, lagos e açudes- e nenhum obteve resultado positivo na avaliação.

75,5% dos corpos d’água analisados apresentaram nível de qualidade de águaregulare 24,5%,ruim. A medição foi feita com base noIQA - Índice de Qualidade da Água, doConama -Conselho Nacional de Meio Ambiente, que ainda prevê outros três níveis de classificação: ruim, bom e ótimo, mas nenhum corpo d’água analisado se encaixou nessas categorias.

Segundo a avaliação, o curso d’água que apresenta melhor qualidade é aBica da Marina, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O rio que atualmente possui a água mais poluída é oCriciúma, localizado em Santa Catarina.
O "exame de qualidade", feito com kits de monitoramento doprogramaRede das Águas, da SOS Mata Atlântica, levou em conta 14 aspectos físico-químicos, biológicos e de percepção dos corpos d’água. Entre eles odor, quantidade de lixo e peixes no local, temperatura, demanda de oxigênio e níveis de nitrato e fosfato.
Essa é a segunda vez que a SOS Mata Atlântica realiza a análise. 19 cursos d’água participaram das duas avaliações e, desses, 12 não mudaram de situação, cinco melhoraram e dois pioraram. O rio que mais se destacou positivamente nessa comparação foi oPasso dos Índios, em Chapecó, também no estado de Santa Catarina, que passou de "péssimo" para o nível "regular" de qualidade.
O Sambódromo do Anhembi abriga o desfile de Escolas de Samba do Carnaval Paulista e vários eventos esportivos, como o Mega-Rampa
O Tietê foi um dos rios avaliados no levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica.

Tsunamis: a calma antes da onda

Onde e quando vai ocorrer o próximo tsunami?

por Tim Folger Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE
Jin Sato é o prefeito de uma cidadezinha que não existe mais. Minamisanriku, uma vila de pescadores ao norte de Sendai, no nordeste do Japão, desapareceu em 11 de março de 2011. Por muito pouco Sato não sumiu junto. O desastre começou às 14h46, a 130 quilômetros dali, em pleno Pacífico, ao longo de uma profunda falha geológica sob o leito do oceano. Com 450 quilômetros de extensão, um bloco da crosta terrestre deslocou-se para leste – em alguns pontos moveu-se quase 24 metros. Sato acabara de finalizar uma reunião na prefeitura. Dois dias antes, a região fora sacudida por um tremor – um sismo precursor, hoje sabem os cientistas, do terremoto de 11 de março, que seria o de maior magnitude da história do Japão.
Quando a terra afinal parou de tremer, após cinco minutos desesperadores, a vila de Minamisanriku estava quase toda intacta. Mas o mar havia começado a se mexer. Sato e dezenas de outros correram até um prédio de três andares ao lado, onde estava instalado o centro de defesa civil. A jovem Miki Endo, de 24 anos, trabalhava no segundo andar, e passou a transmitir um alerta pelos alto-falantes da vila: “Por favor, corram para os terrenos mais altos!” Sato e a maioria de seu grupo buscaram refúgio no telhado. De lá puderam observar o tsunami ultrapassar a muralha de concreto, com 5,5 metros de altura, erguida no mar para proteger o vilarejo. Eles ouviram a vaga gigantesca esmigalhar tudo o que encontrava pela frente. Casas de madeira foram destroçadas; vigas de aço gemeram estridentes. Em seguida, a onda de água cinza-
escuro alcançou o topo do edifício em que estavam. De repente cessaram os alertas transmitidos por Miki Endo.
O tsunami destruiu diversas cidadezinhas no litoral da região de Tohoku, e deixou desabrigadas centenas de milhares de pessoas. Em Minamisanriku, contam-se mais de 900 mortos nos 17,7 mil habitantes (entre eles Miki Endo, cujo corpo foi achado em 23 de abril). Sato só conseguiu sobreviver porque se agarrou em uma antena de rádio no telhado. “Acho que fiquei submerso por três ou quatro minutos”, conta. Muitas das 30 e tantas pessoas que lá estavam tentaram se segurar na balaustrada de ferro que rodeava o topo. As ondas continuaram a fustigar por toda a noite, e nas primeiras horas inundaram repetidas vezes o prédio de três andares. Quando amanheceu, apenas dez pessoas restavam no telhado.
O Japão está na vanguarda mundial em termos de medidas de precaução contra terremotos e ondas gigantes. Bilhões de dólares foram gastos no país para reforçar a estrutura de edifícios antigos e instalar sistemas de absorção de choque nos prédios novos. Altas barreiras de concreto foram erguidas para proteger muitas cidades costeiras, nas quais foram demarcadas rotas de evacuação para terrenos elevados ou edifícios mais resistentes. Em 11 de março, os sismólogos do governo mal haviam deixado de abraçar seus monitores para que não se espatifassem no chão quando soou o primeiro alerta de tsunami.
Esse conjunto de medidas salvou milhares de vidas. O terremoto que sacudiu Tohoku, de grau 9, provocou bem menos danos do que o faria em outros países. No entanto, entre 16 mil e 20 mil moradores morreram em Tohoku por causa do tsunami – uma quantia de vítimas fatais comparável àquela causada por outro terremoto acompanhado de tsunami na mesma região em 1896.
Desde o fim do século 19, as defesas do Japão foram melhoradas, mas nesse período também triplicou a população do país. Hoje seu litoral tem uma densidade demográfica bem maior. O mesmo vale para o resto do planeta, em países que estão bem menos preparados. Na área do oceano Índico em que o tsunami mais mortífero da história fez quase 230 mil vítimas fatais, em 2004, a maioria delas da Indonésia, já se prevê a ocorrência de outro desastre similar em algum momento nos próximos 30 anos. Nos Estados Unidos, cuja costa noroeste foi assolada por uma grande onda há 300 anos, quando a região era esparsamente povoada, também é inevitável que aconteça outro, segundo os geólogos.
O próprio Jin Sato era um sobrevivente de outro tsunami de grandes proporções. Em 1960, quando tinha 8 anos, uma onda de 4 metros provocou a morte de 41 pessoas em Minamisanriku. Depois disso é que foi tomada a decisão de erguer no mar uma barreira de proteção. “Achamos que estávamos seguros”, diz Sato. “Segundo os sismólogos, o tsunami poderia chegar a 5,5 ou 6 metros. Mas esse tinha o triplo dessa altura.”
Quase todo ano, os tsunamis atingem alguma região do mundo e, na opinião de determinados estudiosos, aqueles de proporções gigantescas chegam até a mudar o curso da história. De acordo com alguns arqueólogos, um tsunami no mar Mediterrâneo devastou o litoral de Creta há mais de 3,5 mil anos. 
O desastre abalou a civilização minoica, uma das mais avançadas da época, e fez com que fosse suplantada pelos gregos micênicos. Em 1755, quando um terremoto com tsunami matou dezenas de milhares em Lisboa, a tragédia teve um impacto duradouro no pensamento ocidental, contribuindo para demolir o otimismo complacente então vigente. No romance Cândido, de Voltaire, o ingênuo filósofo Pangloss, ao visitar Lisboa logo após a catástrofe, insiste em dizer que “tudo vai pelo melhor neste que é o melhor de todos os mundos possíveis”, e acaba sendo enforcado por seu otimismo. A sátira fulminante de Voltaire tornou um pouco mais difícil de se adotar a posição de seu personagem filósofo – ou seja, a de acreditar que um Deus benevolente havia criado o melhor dos mundos.

Novo planeta composto por água é descoberto fora do sistema solar

Há 40 anos-luz, GJ1214b já é considerado uma Superterra, com quase três vezes o tamanho do nosso planeta

por Anderson Estevan Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE
Concepção artística do exoplaneta GJ1214b

Concepção artística do exoplaneta GJ1214b

Na tarde de ontem (21), a agência espacial americana (Nasa) anunciou a descoberta de mais um planeta composto por água e vapor.
O exoplaneta GJ1214b já estava sendo observado por um time internacional de astrônomos desde 2009, embora ainda não havia sido anunciado.
Localizado em nosso sistema solar, há 40 anos-luz, o planeta é considerado uma Superterra, com quase três vezes o tamanho do nosso planeta e sete vezes o seu peso.
A temperatura de GJ1214b é de 230 graus célsius e tem um ciclo orbital de 38 horas, rodando ao redor de uma estrela vermelha anã.
Para encontrar o “novo planeta”, os cientistas contaram com a ajuda do telescópio Hubble, conseguindo assim calcular a sua densidade a partir de sua massa e de seu tamanho, comprovando que ele tem mais água do que rochas em sua superfície.
Há três tipos de planetas conhecidos, os rochoso, como Mercúrio, Vênus, a Terra e Marte; os gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno; e os gigantes de gelo, como Urano e Netuno.

DESASTRES NATURAIS: POR QUE OCORREM?
A relação do homem com a natureza ao longo da história evoluiu de uma total submissão e aceitação fatalista dos fenômenos da natureza a uma visão equivocada de dominação pela tecnologia. As inundações que ultrapassaram e romperam diques e barragens em New Orleans, por ocasião do Furacão Katrina em 2005, nos Estados Unidos e o terremoto de Kobe no Japão em 1995, com milhares de vítimas e pessoas afetadas, são exemplos que demonstram que muitas vezes os fenômenos naturais surpreendem
até mesmo as nações mais bem preparadas para enfrentá-los. Obviamente os avanços tecnológicos permitem hoje que a humanidade enfrente melhor os perigos decorrentes destes fenômenos.
Assim, esta publicação visa destacar que, para a efetiva prevenção dos fenômenos naturais, as leis da natureza devem ser respeitadas. Ou seja, estes fenômenos devem ser bem conhecidos quanto à sua ocorrência, mecanismos e medidas de prevenção.
Os desastres naturais podem ser provocados por diversos fenômenos, tais como, inundações, escorregamentos, erosão, terremotos, tornados, furacões, tempestades, estiagem, entre outros. Além da intensidade dos fenômenos naturais, o acelerado processo de urbanização verificado nas últimas décadas, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, levou ao crescimento das cidades, muitas vezes em áreas impróprias à ocupação, aumentando as situações de perigo e de risco a desastres naturais.
Além disso, diversos estudos indicam que a variabilidade climática atual, com tendência para o aquecimento global, está associada a um aumento de extremos climáticos.
Nesta situação, os eventos de temporais, de chuvas intensas, de tornados ou de estiagens severas, entre outros, podem tornar-se mais frequentes, aumentando a possibilidade de incidência de desastres naturais.
1.1. O que são desastres naturais?
Quando os fenômenos naturais atingem áreas ou regiões habitadas pelo homem, causando-lhe danos, passam a se chamar desastres naturais.
A conceituação adotada pela UN-ISDR (2009) considera
desastre como uma grave perturbação do funcionamento de uma comunidade ou de uma sociedade envolvendo perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais de grande extensão, cujos impactos excedem a capacidade da comunidade ou da sociedade afetada de arcar com seus próprios recursos. Os critérios objetivos adotados no Relatório Estatístico Anual do EM-DAT (Emergency Disasters Data Base) sobre Desastres de 2007 (Scheuren, et. al.
2008) consideram a ocorrência de pelo menos um dos seguintes critérios:
10 ou mais óbitos;
100 ou mais pessoas afetadas;
declaração de estado de emergência;
pedido de auxílio internacional.
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Desastres naturais: conhecer para prevenir
No Glossário da Defesa Civil Nacional,
Desastres naturais podem ser definidos como o resultado do impacto de fenômenos naturais extremos ou intensos sobre um sistema social, causando sérios danos e prejuízos que excede a capacidade da comunidade ou da sociedade atingida em conviver com o impacto. (Tobin e Montz,1997; Marcelino, 2008).
desastre é tratado como sendo “resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais. A intensidade de um desastre depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado” (Castro,1998).
1.2. Classificação dos desastres
As classificações mais utilizadas distinguem os desastres quanto à origem e à intensidade (Alcântara-Ayala, 2002; Marcelino, 2008).
Classificação quanto à origem
Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os desastres podem ser classificados em:
naturais ou humanos (antropogênicos).
Desastres Naturais
são aqueles causados por fenômenos e desequilíbrios da natureza que atuam independentemente da ação humana. Em geral, considera-se como desastre natural todo aquele que tem como gênese um fenômeno natural de grande intensidade, agravado ou não pela atividade humana. Exemplo: chuvas intensas provocando
inundação, erosão e escorregamentos; ve ntos fortes formando vendaval, tornado e furacão; etc.
agente ou autor. Exemplos: acidentes de trânsito, incêndios urbanos, contaminação de rios, rompimento de barragens, etc (Alcântara-Ayala, 2002; Castro, 1999; Kobiyama
Desastres Humanos ou Antropogênicos são aqueles resultantes de ações ou omissões humanas e estão relacionados com as atividades do homem, como
et al.
Os desastres naturais podem ser ainda originados pela dinâmica interna e externa da Terra. Os decorrentes da dinâmica interna são terremotos, maremotos, vulcanismoe tsunamis. Já os fenômenos da dinâmica externa envolvem tempestades, tornados, inundações, escorregamentos, entre outros.
2006; Marcelino, 2008).
Classificação quanto à intensidade
A avaliação da intensidade dos desastres é muito importante para facilitar o planejamento da resposta e da recuperação da área atingida. As ações e os recursos necessários para socorro às vítimas dependem da intensidade dos danos e prejuízos provocados (Tabela 1.1).
Desastres naturais: por que ocorrem?
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Tabela 1.1.
Classificação dos desastres em relação à intensidade (modificado de Kobiyama et al, 2006).
Nível Intensidade Situação
I
Facilmente superável com os recursos do município.
Desastres de pequeno porte, também chamados de acidentes, onde os impactos causados são pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos. (Prejuízo menor que 5% PIB municipal)
II
Superável pelo município, desde que envolva uma mobilização e administração especial.
De média intensidade, onde os impactos são de alguma importância e os prejuízos são significativos, embora não sejam vultosos. (Prejuízos entre 5% e 10% PIB municipal)
III
A situação de normalidade pode ser restabelecida com recursos locais, desde que complementados com recursos estaduais e federais.
IV
De grande intensidade, com danos importantes e prejuízos vultosos. (Prejuízos entre 10% e 30% PIB municipal)(Situação de Emergência – SE)De muito grande intensidade, com impactos muito significativos e prejuízos muito vultosos. (Prejuízos maiores que 30% PIB municipal)
Não é superável pelo município, sem que receba ajuda externa. Eventualmente necessita de ajuda internacional.
(Estado de Calamidade Pública – ECP)
1.3. Desastres naturais no mundo
Em âmbito mundial, tem-se verificado, nas últimas décadas, um aumento das ocorrências de desastres naturais e dos prejuízos decorrentes (Figura 1.1). Constata-se umatendência global para o significativo incremento do número de desastres a partir da década
de 70 que, conforme EM-DAT (2009) passou de 50 registros por ano para 350 em 2008, tendo chegado a 500 em 2005. Segundo esta mesma fonte, os prejuízos estimados, que em 1975, eram de aproximadamente 5 bilhões de dólares, passaram a 180 bilhões em 2008. Em 2005, ano do Furacão Katrina nos Estados Unidos, o prejuízo atingiu 210 bilhões de dólares.
As populações em risco têm apresentado um crescimento anual em torno de setenta a oitenta milhões de pessoas, sendo que, mais de noventa por cento dessa população encontra-se nos países em desenvolvimento, com as menores participações dos recursos econômicos e maior carga de exposição ao desastre (Figura 1.2). Em teoria, os perigos naturais ameaçam igualmente qualquer pessoa, mas na prática, proporcionalmente, atingem os mais desfavorecidos, devido a uma conjunção de fatores: há um número
muito maior de população de baixa renda, vivendo em moradias mais frágeis, em áreas mais densamente povoadas e em terrenos de maior suscetibilidade aos perigos. Assim, a estratégia de redução de desastres precisa ser acompanhada do desenvolvimento social e
econômico e de um criterioso gerenciamento ambiental. Portanto, deve ser construída com políticas de desenvolvimento sustentável que levem em conta os perigos existentes e os planos para redução dos riscos (Alcantara-Ayala, 2002; UN-ISDR, 2004).