terça-feira, 9 de dezembro de 2014

 
06/12/2014 21h01 - Atualizado em 06/12/2014 21h39

Pedreiro faz casa 'ecologicamente correta' com garrafas pet em MG

Mais de 10 mil garrafas foram usadas na estrutura do imóvel em Extrema.
Usando materiais doados, custo da construção ficou menos de R$ 15 mil.

Do G1 Sul de Minas

Um pedreiro de Extrema (MG) resolveu unir criatividade, economia e preservação ambiental na construção da casa própria e usou mais de 10 mil garrafas pet na estrutura do imóvel. O resultado é uma casa arejada, resistente e ecologicamente correta. Usando materiais doados e reutilizando outros, o custo do imóvel ficou em menos de R$ 15 mil. Especialistas acreditam que o projeto, seguro e sustentável, é uma boa solução para a preservação do meio ambiente.
Ao olharmos o imóvel de longe, a estrutura aparenta ser uma casa convencional, mas ao nos aproximarmos, no lugar de tijolos o que se vê são círculos coloridos das garrafas que geralmente usamos para armazenar refrigerantes. O pedreiro Ed Mauro Aparecido Morbidelli conta que teve a ajuda do pai para investir no projeto. "Noventa por cento das garrafas foi meu pai que pegou nas coletas seletivas, passava antes do caminhão e pegava as garrafas, e amigos que iam guardando nas casas.”

http://s01.video.glbimg.com/x240/3815044.jpg

O pedreiro garante que as paredes são tão firmes quanto as feitas com tijolos e que a casa resiste às ações do tempo. "Isso aqui é um tijolo, quase 8 kg cada garrafa cheia", explica.
Pedreiro de Extrema usou garrafas pet em estrutura de casa sustentável (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)Pedreiro de Extrema usou garrafas pet em estrutura de casa sustentável (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)
Além das garrafas cheias de terra, ele usou cimento e areia. Com a ajuda de amigos, Morbidelli construiu a casa em um terreno na zona rural da cidade. Foram dois anos de obras e para completar ainda falta o acabamento, que ele vai executando aos poucos. O pedreiro nunca tinha feito nada assim e conseguiu aprender sobre a técnica na internet.
Dentro da casa a temperatura é agradável. Os cômodos recebem claridade pelas garrafas plásticas colocadas no telhado. A decoração revela outro talento do pedreiro, de reaproveitar peças que seriam descartadas. Com cacos de azulejo, ele montou mosaicos no banheiro, e com madeiras que iriam para o lixo, fez uma cadeira. A pia da cozinha tem adornos com fundos de garrafa de vidro e até batentes e janelas foram reformados, o que deixou a construção da casa ainda mais barata. "Ficou cerca de uns R$ 12 mil a casa, mas reaproveitando janela, porta, tudo de demolição que foi doado", calcula.
Materiais reutilizados são aplicados na decoração da casa (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)Materiais reutilizados são aplicados na decoração
da casa (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)
Quando Morbidelli começou a construir com garrafas pet, surgiram outras ideias para que a casa fosse ecologicamente correta. A caixa d'água, por exemplo, é toda abastecida com água de chuva e três caixas recebem água direto da calha. O portão da casa e o arrimo na base são feitos de pneus. Ele ainda plantou no terreno 72 mudas de árvores nativas e frutíferas.
Agora, Morbidelli espera que o projeto dele possa ajudar outras pessoas. "Tem tanta gente que às vezes tem um pedaço de terreno, mas não tem dinheiro pra construir e está pagando aluguel, então você pode fazer algo com baixo custo e que fica bom, que dá pra você morar e tem a preservação [do meio ambiente]. Então [é juntar] o útil ao agradável."
Viável e sustentável
Segundo a arquiteta Ângela Marques, especialista em utilização de materiais alternativos em construções, o uso de garrafas pet em construção se iniciou na Índia e na América Latina, em 2000, e em 2011 ela foi utilizada na Nigéria pra resolver duas questões: o déficit de moradias e o descarte de garrafas pet nas ruas sem um uso adequado.
"A resistência deste material é muito maior do que a do tijolo convencional, isso foi comprovado em pesquisas, e também um ponto importante é a característica termoacústica que a parede de garrafa-tijolo tem. A condutibilidade do calor é inferior ao do tijolo convencional, isso garante que dentro de uma casa de garrafa pet você tem uma temperatura que chega a 18º num país tropical. Isso é super confortável", afirma.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Para Longe do Éden: Bênção. Maldição. Cobiça

A travessia da Terra Santa

por Paul Salopek
     
Jerusalém não é uma cidade de guerra. Avner Goren teima nessa questão.
Caminhamos no Levante sob um céu matinal sem nuvens, seguindo um rio de esgoto a céu aberto que vem espumejando de Jerusalém Oriental – 45 000 metros cúbicos por dia, Goren me informa – uma descarga imunda que percorre 36 quilômetros até o Mar Morto. Acompanhamos o esgoto como uma forma de peregrinação. É como pensa Goren, um dos mais renomados arqueólogos de Israel. “Houve 700 conflitos aqui desde que Jerusalém foi fundada”, ele diz, olhando por cima do ombro, enquanto abre caminho em meio aos turistas religiosos da Cidade Velha. Mas também existiram longos períodos sem guerra. E as pessoas viviam juntas em paz.
Somos três.
Goren: jerosolimita nativo, um intelectual de cabelos revoltos e olhos azul-água de sonhador, judeu. Bassam Almohor: um amigo palestino, fotógrafo, incansável guia de caminhada vindo da Cisjordânia. Junto-me a eles depois de andar por 381 dias desde que saí da África, do berço biológico da humanidade no Grande Vale Rift, na Etiópia, e entrei na região do advento da agricultura, da invenção da linguagem escrita e da origem de deidades supremas, o Crescente Fértil. Minha lenta jornada é parte de um projeto intitulado Para Longe do Éden e tem por objetivo percorrer, passo a passo, os caminhos dos ancestrais da Idade da Pedra que descobriram nosso mundo. Pretendo andar por sete anos até o último canto do planeta aonde nossa espécie chegou: o extremo meridional da América do Sul. Quando descrevo minha trajetória para Goren, ele replica: “Sim. Você vem do sul, como Abraão”.
Nossa caminhada à margem do esgoto – grande ideia de Goren – é tão fascinante quanto excêntrica: ele quer limpar a sujeira (a Alemanha prometeu recursos para uma estação de tratamento) e criar quilômetros de trilhas “verdes” por um lendário vale onde 5 mil anos atrás Jerusalém foi fundada. Essas trilhas partiriam do cerne espiritual da Cidade Velha e passariam pelo deserto bíblico, onde a poluição flui densa sob o sol amarelo. Como o efluente atravessa a barreira que separa Israel da Cisjordânia, essa rota poria em contato as vidas de palestinos e israelenses. O rio purificado, coletando em sua árida bacia o sagrado e o profano, ajudaria a forjar a paz entre os dois arqui-inimigos do Oriente Médio. “Essa peregrinação será diferente em muitos níveis”, diz Goren. “Ela segue um importante corredor cultural e religioso, é verdade. Mas também liga palestinos e israelenses de um modo muito concreto. Estamos falando de água limpa.”
Começamos entre os santuários históricos das três fés abraâmicas: o Domo da Rocha, as torres da Igreja do Santo Sepulcro e os imponentes blocos do Muro das Lamentações, eriçado de orações em papel. Percorremos, suando em bicas, ruas sem sombras em bairros palestinos. Seguimos o esgoto através de morros estéreis, onde ele contorna um mosteiro do século 6 como um fosso sinistro. O efluente cruza um campo de tiro do Exército. Em desfiladeiros abafados, respiramos pela boca para suportar o fedor. Dois dias depois chegamos ao término: o mar salgado entre Israel e a Jordânia. Mar Morto.
“O monoteísmo nasceu aqui”, Goren me diz no alto de um penhasco defronte à faixa de água cor de ferro. “Assim que inventamos a agricultura, não precisamos mais de ninfas em cada fonte. Os antigos deuses da natureza selvagem tornaram-se desnecessários.”
Permaneceram apenas os mistérios supremos.
Parece tão impossível, tão inviável, tão ingênuo o sonho de Goren. (Semanas depois eclodirá outra rodada de lutas entre palestinos e israelenses. Foguetes arranharão o céu. Israel invadirá a vizinha Gaza. “Por causa disso vou regredir dois anos”, Goren lamentará. “Mas esperarei.”) Foi assim, afinal, que provavelmente avançamos no início, na aurora da humanidade. Contrariando probabilidades hilariantes. Por 2 500 gerações de reveses, desesperança, golpes, crises de fé. Mas, sem dúvida, essa é a busca que importa.
NG - Ternos escuros e barbas predominam em Mea Shearim, um enclave de judeus Haredi ultraortodoxos em Jerusalém
Ternos escuros e barbas predominam em Mea Shearim, um enclave de judeus Haredi ultraortodoxos em Jerusalém. Homens e mulheres ficam separados em muitas atividades públicas, em um bairro que mudou pouco desde seu surgimento, em 1874. - Foto: John Stanmeyer
ANDAMOS PARA O NORTE, Hamoudi Alweijah al Bedul e eu, desde a fronteira da Arábia Saudita. Subimos a Crista da Síria.
O que é a Crista da Síria?
Um baluarte de rocha: um colossal bloco de arenito que se ergue do Hisma, a pálida planície fronteiriça do sul da Jordânia. Os cartógrafos árabes da Idade Média desenharam essa barreira elevada como uma borda, um ponto fulcral, uma divisa. Ao sul, os vastos desertos geométricos de nômades árabes, um reduto de movimento feral, ventos volúveis, espaço aberto, couro de sela – terra das bravias tribos beduínas. Ao norte, os campos mais verdejantes e mais cobiçados de povos sedentários, de civilizações muradas, de camadas de fronteiras traçadas e apagadas – o coração de muitas câmaras do Levante. Adentramos o Crescente Fértil, a incubadora primordial da mudança humana. Uma central de impérios. Um palimpsesto de rotas de comércio. Um lugar de exílio e sacrifícios. De deuses ciumentos. A mais antiga das terras prometidas.
Hamoudi, meu guia, sobe a encosta cantando. Conduz uma mula de carga por uma corrente, curvado contra o vento gelado. Seu kaffiyeh desbotado adeja como uma bandeira. Vou na frente, puxando outra mula carregada. Hamoudi vai me guiando também, como a um animal tolo, com gritos em árabe. Em três dias, meu companheiro beduíno e eu passamos por touros neolíticos em tamanho natural entalhados em rocha no Wadi Rum, um fabuloso corredor de areia cor de tangerina – uma válvula primordial de migração humana que T.E. Lawrence chamou de “uma via processional maior do que a imaginação”. Passamos os dedos sobre inscrições de 2 000 anos gravadas por mercadores de incenso nabateus e pastores nômades. Transpusemos entulhos de fortes romanos. Acampamos ao lado de ruínas de igrejas em Bizâncio – o império cristão no Oriente – com naves desmoronadas que agora têm por teto o céu deserto marmoreado de cirros. Por toda parte vemos preces de peregrinos muçulmanos, mortos há muito tempo, entalhadas quando rumavam para o sul em direção a Meca.
A tempestade nos açoita na orla do Vale do Jordão. As mulas gemem. Desvairado por relâmpagos, um camelo manco passa a galope, berrando como um presságio zombeteiro, e desaparece na escuridão. Mulheres beduínas recusam-se a nos dar abrigo. No crepúsculo violeta, elas nos previnem de que devemos nos afastar, gritando objeções do interior de suas tendas abauladas e chacoalhantes. Cai a noite. Continuamos andando.
“Palestina”, diz Hamoudi a três pastores esquálidos, barbudos e imundos da tribo Sayadeen que finalmente nos acolhem. É um destino tão bom quanto qualquer outro.
Os pastores remexem as brasas cor de cereja de sua fogueira. Aceitam nosso café instantâneo adoçado com leite condensado, bebericando em copos de plástico com o mindinho espetado como lordes. Perguntam polidamente sobre nosso bem-estar. Louvam a Deus por estarmos satisfeitos. Tenho os pés congelados. Hamoudi pisca e escancara um sorriso. Dormirá com sua adaga sobre um tapete de areia. Amanhã é Natal.
A HUMANIDADE ESTACOU a meio caminho enquanto perambulava pelo Oriente Médio. Bandos de caçadores-coletores, cansados de 200 mil anos de andanças, fixaram-se nos vales áridos do Levante. Procuraram fontes permanentes de água potável. Aprenderam a semear ervas silvestres – cevada, trigo, linho. Domesticaram touros selvagens de chifres que atingiam 1,8 metro de envergadura. Caçar, o imperativo nômade, ficou ultrapassado para sempre. Os povos recémassentados começaram a empilhar pedra sobre pedra, erguendo as primeiras aldeias, vilas, cidades. Surgiu o metal fundido. Vieram o comércio e os exércitos. Todo um novo mundo, que ainda hoje habitamos. Essa “revolução neolítica” ocorreu entre 9 mil e 11 mil anos atrás. Irrompeu, independentemente, nas primeiras sociedades agrícolas da China, Mesoamérica e Melanésia. Mas floresceu, antes de tudo, nas amarrotadas colinas pardacentas e margens verdejantes de rios ao longo da nossa rota para fora da África.
Hamoudi e eu avançamos penosamente para o norte por 480 quilômetros, através das sombras cor de lavanda da Serra Transjordânica. Arrastamos nossas mulas teimosas pelas trilhas de Petra, a lendária capital nabateia esculpida em rochas vermelhas. Passamos por cemitérios da Idade do Bronze que continham mortos tão antigos e abandonados que quase já não pareciam humanos – Fayfa e Bad edh Dhra, as necrópoles que alguns estudiosos bíblicos associam às cidades destruídas no Gênesis, Sodoma e Gomorra.
02/12/2014 05h00 - Atualizado em 02/12/2014 05h00

Brasileiro enfrenta guerra e cobras venenosas para viajar por 192 países

'Zellfie', como é chamado, quer conhecer quase todos os países do mundo. Ele já nadou com tubarões, pilotou Ferrari e fez safári de helicóptero.

Flávia MantovaniDo G1, em São Paulo
José Hermínio Victorelli, o Zellfie, em tanque de guerra na Ucrânia (Foto: Zellfie/Divulgação)José Hermínio Victorelli, o Zellfie, em tanque de guerra na Ucrânia (Foto: Zellfie/Divulgação)
O paranaense José Hermínio Victorelli, de 32 anos, já conhecia 50 destinos fora do Brasil quando decidiu encher seu passaporte com ainda mais carimbos e lançou um objetivo ousado: visitar 192 países.
São quase todos os que existem no mundo –a ONU reconhece 193 países no planeta. Destes, o empresário e agropecuarista quer deixar de fora apenas a Somália. “Lá é perigoso demais. Não tem governo e acontecem muitos sequestros”, justifica.
Zellfie em Playa del Carmen, no México (Foto: Zellfie/Divulgação)Zellfie em Playa del Carmen, no México
(Foto: Zellfie/Divulgação)
A jornada começou em março deste ano, e ele não sabe quando deve acabar. Acredita que vai demorar cinco anos ou mais, porque costuma passar algum tempo do mês no Brasil entre uma viagem e outra. Em média, a cada duas ou três semanas José parte para um ou mais destinos. A cada país visitado, ele grava vídeos das experiências para seu site.
E são experiências intensas, que fogem dos programas turísticos tradicionais. Alguns exemplos: ele já andou em uma estrada cheia de cobras venenosas na Albânia, nadou com um tubarão-baleia sem a proteção de grades no México, pilotou uma Ferrari na Itália e uma McLaren na Croácia, treinou um gavião usando roupas típicas na Escócia e acompanhou o exército durante o conflito com rebeldes na Ucrânia.
“Minha ideia é juntar nos vídeos as três coisas que eu mais gosto: aventura extrema, curiosidades e máquinas”, diz ele, que banca as viagens do próprio bolso, mas atualmente busca patrocínio para profissionalizar os programas.
‘Zellfie’
Zellfie em algumas de suas aventuras pelo mundo (Foto: Zellfie/Divulgação)Zellfie em algumas de suas aventuras pelo mundo (Foto: Zellfie/Divulgação)
Natural de Londrina, José passou a ser conhecido nesse projeto como “Zellfie” – uma mistura de seu apelido, Zé, com a palavra “selfie”. “Eu estava na Namíbia, fiz uma ‘selfie’ e postei ‘#zellfie’. A galera rolou de rir e o apelido pegou”, conta. O “L” duplo ele diz que é uma homenagem a seu filho, que se chama Lorenzo, e a um irmão que morreu, Luiz.
Ele quer ir a lugares inóspitos. Pretende conhecer a cidade mais fria do planeta, na Sibéria, que registra temperaturas de até 60°C negativos, e uma das cidades mais quentes do mundo, no Irã, onde o termômetro passa dos 50°C
Foi na Namíbia que ele teve a ideia da viagem pelo mundo. Em uma semana que ficou lá, o paranaense percorreu 3 mil km de carro, fez safári de helicóptero, balonismo, paraquedismo e acompanhou a pesca de tubarões.
Depois, postou um vídeo de 36 segundos no Facebook sobre essas experiências, com seu forte sotaque. “Nunca tinha gravado nada. Filmei como se estivesse falando com um amigo meu, fazendo minhas piadinhas, usando os jargões do interior. Muita gente curtiu, e comecei a pensar em fazer mais vídeos de aventura para colocar na internet”, afirma.
O brasileiro na Groenlândia (Foto: Zellfie/Divulgação)O brasileiro em passagem pela Groenlândia
(Foto: Zellfie/Divulgação)
A ideia de Zellfie é conhecer alguns dos lugares mais inóspitos da Terra. Por exemplo, ele pretende ir durante o inverno para Yakutsk, na Sibéria, a cidade mais fria do planeta, que registra temperaturas de até 60°C negativos. Também quer visitar Ahvaz, no Irã, uma das cidades mais quentes do mundo, cuja temperatura no verão atinge ao menos 45°C e muitas vezes passa de 50°C.
O brasileiro já reservou um curso para aprender a dirigir tanques de guerra em Londres, quer conferir como funciona um trem-bala na China, pilotar um avião supersônico na Rússia e participar da caça a pítons gigantes por tribos africanas. “Os caras colocam a perna em um buraco, passam óleo e ficam lá por horas até que uma das cobras pegue a perna deles. Aí eles tiram a perna e vem a cobra junto. Eles comem, fazem isso por sobrevivência”, explica.
O país favorito
Zellfie carregando uma cabra e subindo em uma montanha no Afeganistão (Foto: Zellfie/Divulgação)Zellfie carregando uma cabra e subindo em uma montanha no Afeganistão (Foto: Zellfie/Divulgação)
Até hoje, Zellfie só teve problemas mais sérios duas vezes. Na Ucrânia, furtaram sua carteira, que estava no bolso de trás da calça. Já na fronteira do Afeganistão com o Tajiquistão, em um corredor de colinas que serve para escoar ópio para a fabricação de heroína, ele foi abordado pelo exército. “É um dos lugares mais tensos do mundo. Tomaram meu passaporte, queriam dinheiro, não queriam devolver”, conta. No fim, ele recuperou seu documento.
Seu país favorito até agora foi onde tudo começou: a Namíbia. “Em termos de visual e de atividades de aventura foi meu preferido. Fiquei chocado com as coisas que eu vi, as estradas onde andei, as pessoas que conheci”, diz.
Ele diz que vai voltar a todos os países que já conhecia antes de começar o projeto, para completar a lista de 192 "começando do zero". Afirma, ainda, que a viagem não tem uma ordem definida de destinos: "Pego o mapa-múndi na tela do computador e escolho: desta vez vamos para... E vou!”.